Processo de soldagem: quais os riscos e como evitá-los?

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Imagine a seguinte situação em um processo de soldagem: um soldador, estava trabalhando tranquilamente em um tanque de aço quando, de repente, um respingo de metal incandescente atingiu seu rosto. Infelizmente, esse trabalhador não usava máscara de soldagem completa, apenas óculos de proteção.

Por isso, esse respingo causou uma queimadura de segundo grau no seu rosto, afetando principalmente a região dos olhos. Ele teve uma dor intensa e a sua visão ficou prejudicada, mas o trabalhador foi imediatamente encaminhado para o hospital, onde recebeu os devidos cuidados médicos.

Essa situação exemplifica muito bem os riscos ocupacionais que envolvem a soldagem, que é uma técnica essencial em diversos setores industriais, desde a construção civil até a fabricação de equipamentos. No entanto, junto com os benefícios dessa prática, surgem também esses riscos significativos para os profissionais envolvidos.

Eles não apenas afetam a saúde dos trabalhadores, mas também podem comprometer a qualidade das soldas e a integridade dos materiais. Portanto, compreendê-los e adotar medidas adequadas de prevenção é crucial para garantir a segurança e a eficiência no processo de soldagem.

Continue a leitura e entenda mais sobre este assunto.

O que é o processo de soldagem?

É essencial entender como funciona o processo de soldagem, que tem o objetivo de unir duas peças de metal por meio de técnicas que envolvem calor e derretimento. Nesse caso, pode ser utilizado na fusão dos materiais uma fonte de energia, como o arco elétrico, o gás, o ultrassom ou o laser.

Esse processo é aplicado em diversos setores, como construção civil, manutenção industrial, fabricação de navios, aeronaves, automóveis, eletrodomésticos, máquinas, entre outros produtos e bens. Até mesmo no artesanato a soldagem pode ser útil, principalmente na montagem de esculturas, joias e outros objetos decorativos.

O responsável por esse processo é o soldador que é um profissional qualificado e treinado para exercer essa função com qualidade e segurança. Dentre as suas principais responsabilidades estão: preparar as peças a serem soldadas, selecionar o processo de soldagem adequado, realizar a soldagem, inspecionar a solda e realizar acabamentos.

Para isso, é importante que ele faça um curso de soldagem e tenha um treinamento de segurança no trabalho para saber como usar os EPCs e os EPIs de maneira correta durante a execução das suas atividades. Assim, poderá garantir a sua segurança e evitar situações iguais às que mencionamos no início do nosso texto.

Leia também: 7 dicas de segurança de soldagem que você precisa saber

Quais os tipos de soldagem?

Agora que você já sabe como funciona o processo de soldagem, é necessário entender quais são os tipos de solda que podem ser utilizados pelos soldadores. Então, continue a leitura e confira as principais maneiras de efetuar a soldagem em diversos materiais.

Arco Manual

Esse tipo de soldagem, também conhecido como MMA ou SMAW, utiliza um eletrodo consumível revestido com fluxo para proteger a poça de fusão. Ele é o mais usado em indústrias e trabalhos domiciliaresdevido seu processo ser mais simples e por apresentar baixo custo. O arco manual pode ser utilizado com diversos tipos de metais, mas é mais comum em processos que envolvem aço e aço inoxidável.

MIG (Metal Inert Gas)

A solda MIG é mais comum na fabricação e nas indústrias automotivas. No seu processo é utilizado gás inerte, como argônio e hélio, que ajuda a evitar a oxidação do metal. Por isso, esse tipo é mais usado na fusão de alumínio, cobre, magnésio e titânio. Essa solda é automatizada, bem como tem baixo custo, processo simplificado, apresenta um produto final melhor acabado e, ainda, gera menos respingos e fumaça.

MAG (Metal Active Gas)

Já a solda MAG, usa gás ativo, como CO2, que facilita a penetração da solda. Por isso, é utilizado em processos de fusão que envolvem aço carbono e aço inoxidável. Além disso, esse tipo de soldagem aumenta a velocidade do processo e, consequentemente, alavanca a produtividade dos soldadores. Assim como a solda MIG é muito usada na fabricação de produtos e bens ou, ainda, na indústria automotiva. Sem contar que apresenta baixo custo e boa capacidade de soldar em diferentes posições.

Oxigás

Outro tipo de soldagem é o Oxigás, que usa a energia por meio de um maçarico para unir o metal fundido e o metal de enchimento. Nesse processo, eles formam um líquido que se solidifica ao ser resfriado. Por isso, esse tipo de solda é mais utilizado em consertos de peças finas e pequenas, bem como é mais comum em materiais, como aço galvanizado, ferros fundidos, alumínio, chumbo, latão etc. Ele apresenta baixo custo e é versátil, pois normalmente acompanha um equipamento menor e portátil.

Laser

Também conhecido como LW, ele utiliza um laser de alta potência para derreter o metal. Por isso, é mais comum de ser usado na indústria aeroespacial, médica e eletrônica. Com ele, é possível obter soldas de alta qualidade, alta precisão e mínima distorção. Por outro lado, existem desvantagens que devem ser levadas em consideração, pois é um equipamento caro, o processo é complexo e necessita de uma boa ventilação no ambiente de soldagem.

Leia também: Soldagem segura em metalúrgicas: enfrentando grandes desafios

Quais os riscos ocupacionais para soldador?

Os soldadores estão expostos a diversos riscos ocupacionais durante a execução das suas atividades diárias. Isso porque sua função envolve contato com gases, radiação, ruídos, calor excessivo, entre outros fatores. Por isso, você precisa entender bem esses riscos para analisar o ambiente e as condições de trabalho para elencá-los no PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos). Entenda mais sobre este assunto, a seguir.

Riscos físicos

Os riscos físicos são elementos presentes no ambiente de trabalho que podem causar danos à saúde do trabalhador. No caso das atividades executadas pelos soldadores, podemos elencar os seguintes riscos: radiação ultravioleta (UV) e infravermelha (IV), ruídos, calor e vibração. Sendo que a exposição a eles pode provocar diversas consequências, como acidentes com queimaduras e doenças ocupacionais.

Riscos químicos

Já os riscos químicos, representam substâncias líquidas, gasosas ou sólidas que podem causar acidentes ou doenças ao serem inaladas, absorvidas pela pele ou ingeridas. No caso do soldador, estamos falando de substâncias inaladas, como fumos metálicos (partículas tóxicas que podem estar presentes no ar durante a soldagem), poeiras metálicas (partículas sólidas provenientes do processo) e os gases (liberado no ar no execução do processo). Essa inalação pode causar diversos problemas de saúde, como doenças respiratórias graves.

Riscos biológicos

Também existe a possibilidade de o soldador estar exposto aos riscos biológicos, ou seja, microrganismos, como bactérias, vírus, fungos, etc., presentes no local de trabalho ou em objetos contaminados que podem causar diversas doenças. Nesse caso, o trabalhador pode ser acometido por uma enfermidade e ficar afastado por um longo período do trabalho causando queda na produtividade da empresa.

Riscos ergonômicos

Não podemos esquecer dos riscos ergonômicos que envolvem as atividades que exigem esforço físico e repetitivo ou que forçam uma postura inadequada durante a execução das funções. Vale destacar que o profissional de soldagem está sujeito a todos esses riscos, bem como as vibrações de máquinas e ferramentas. Sem contar que também existem fatores relacionados ao ambiente de trabalho, como iluminação inadequada e ventilação precária.

Riscos de acidentes

Por fim, temos os riscos de acidentes que representam situações que podem ocasionar lesões ou até a morte. No caso dos soldadores, podemos elencar os riscos de queimaduras (em especial nos olhos), choques elétricos, projeção de partículas, queda de objetos, cortes e perfurações. Não podemos esquecer de mencionar as explosões e incêndios causados por vazamento de gases ou faíscas, especialmente quando as atividades são executadas próximo de materiais inflamáveis.

Veja também: NR5 em 2024: tudo que você precisa saber para implementá-la

Quais as consequências desses riscos?

Como vimos, existem diversos riscos ocupacionais que podem acometer os soldadores durante o processo de soldagem. E cada um deles pode provocar consequências de gravidade leve, moderada e grave. Por isso, é essencial conhecer os acidentes e doenças do trabalho que podem surgir destes agentes. Veja abaixo as principais consequências de acordo com os riscos.

Os riscos físicos dos soldadores podem provocar no trabalhador perda auditiva permanente, queimaduras na pele e nos olhos, câncer de pele, queimaduras térmicas, desidratação, exaustão térmica, problemas com infertilidade, tendinite, síndrome do túnel do carpo, osteoartrite etc. Já os riscos químicos, são responsáveis pelas doenças respiratórias (pneumoconiose, bronquite crônica, enfisema, câncer de pulmão), bem como pela asfixia, tontura, dores de cabeça, náuseas, entre outros problemas.

Por outro lado, os riscos biológicos estão associados a doenças, como tétano, hepatite, tuberculose, gripe, Covid, entre outros. Também temos as enfermidades relacionadas aos riscos ergonômicos, que são as dores nas costas, pescoço, ombros e articulações, bem como doenças, como tendinite, síndrome do túnel do carpo e osteoartrite. Por fim, os riscos de acidentes, como o próprio nome diz, podem facilitar o acontecimento de acidentes de trabalho graves, como queimaduras, cortes, perfurações, fraturas etc.

Sem contar as doenças relacionadas à saúde mental, como depressão e ansiedade, que podem acometer os funcionários devido a fatores internos ou externos ao ambiente laboral. Vale destacar que os riscos ocupacionais para o soldador são muitos e podem ter como consequências doenças graves. Por isso, o risco de invalidez, aposentadoria precoce e morte prematura do trabalhador podem ser frequentes se a empresa não adotar medidas para evitar os acidentes e enfermidades no ambiente de soldagem.

Veja também: EPIs para soldador: conheça os que a Zanel tem para você

Como evitar acidentes e doenças no ambiente de soldagem?

Para evitar acidentes e doenças ocupacionais relacionadas aos riscos presentes no ambiente de trabalho do soldador, é necessário que a empresa coloque em prática as ações determinadas pelo PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos). Isso porque é esse documento que determina quais são os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos, bem como as medidas de proteção adequadas para evitá-los.

Dentre essas medidas, estão a eliminação dos fatores de riscos, mas como em alguns casos isso é mais complexo a empresa pode adotar outras ações, como aplicar treinamentos periódicos. Os principais temas devem envolver o processo de soldagem, procedimentos de segurança, primeiros socorros, prevenção de incêndios, uso adequado dos EPCs e EPIs etc. Assim, os trabalhadores poderão executar suas funções de maneira mais segura, evitando problemas que possam trazer prejuízos a sua saúde física e mental.

Também podem ser adotados EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva), que são dispositivos que protegem a integridade física de todos os presentes no ambiente de trabalho, incluindo trabalhadores e terceiros. Nesse caso, é possível usar cortina de solda, sistema de exaustão, extintor de incêndio, sinalização do ambiente, chuveiros de emergência, guarda-corpos, pisos antiderrapantes, biombos de solda, vidros de solda, entre outros.

Dessa forma, você consegue garantir a segurança da maior parte das pessoas no ambiente de soldagem e, ainda, tem proteção contra uma ampla gama de riscos ocupacionais. Porém, se esses equipamentos não forem suficientes, é possível adotar os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

No caso dos soldadores, os mais recomendados são o avental de raspa, máscara de solda, respirador, mangotes, proteção auditiva, óculos de proteção para solda, perneiras, manga de raspa, balaclava, touca Árabe, botas de segurança com sola isolante, etc. Sendo que a proteção das mãos mais indicadas são as luvas de raspa ou as luvas de vaqueta.

Além disso, existem outras ações que podem ajudar a evitar com que os riscos alavanquem os números de acidentes e doenças dentro da empresa. Nesse caso, estamos falando do armazenamento adequado de materiais inflamáveis, autorização para pausas regulares, uso de ferramentas em bom estado de conservação, aplicação da manutenção preventiva dos equipamentos, ocorrência de ginástica laboral, aplicação de ações de ergonomia, incentivo a higiene pessoal, uso de roupas e calçados adequados, incentivo a vacinação e a hidratação frequente.

Como a Zanel pode ajudar você?

Desde 1998, a  Zanel atua no segmento de fabricação e venda de EPIs de raspa e vaqueta com couro bovino legítimo. Oferecemos equipamentos com ótimo custo-benefício, por isso já conquistamos uma grande fatia do mercado distribuidor e industrial do país. Dentre os nossos produtos, estão luvas, aventais, perneiras, calças, capuz, almofada etc.

Todos feitos de raspa ou vaqueta para garantir o conforto, a proteção e a integridade física dos soldadores durante o processo de soldagem. Como mencionamos no texto, esses profissionais estão expostos a muitos riscos no ambiente de trabalho, por isso investir nesses tipos de EPIs é essencial para evitar acidentes de trabalho, bem como prejuízos financeiros devido a rotatividade e a falta por motivo de doenças.

Conheça nosso catálogo de produtos e entre em contato conosco via WhatsApp, assim, poderemos apresentar a você os EPIs de raspa e vaqueta mais indicados para sua equipe ou clientes.

Grande abraço e até a próxima!

Fernando Zanelli

 

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