Embora a saúde mental tenha se tornado um tema regular na vida das pessoas, com cada vez mais pacientes buscando ajuda profissional e a mídia falando a respeito regularmente, a questão ainda passa longe da pauta laboral.
A própria Organização Mundial de Saúde recomenda que medidas de promoção da saúde mental sejam aplicadas no trabalho. Mas quais são elas e como praticá-las em um ambiente onde o assunto ainda é um tabu?
Por mais variadas e distintas que sejam as profissões e os locais em que são praticadas, elas têm algo em comum, o estresse. Claro que as pressões do dia a dia e problemas particulares contribuem bastante para o desequilíbrio emocional e até a falta de EPIs adequados, por exemplo, como a Luva de Raspa para um Soldador “ajudam” na geração do estresse.
Mas, por ser um lugar onde passamos boa parte do nosso dia ativo e lidamos diariamente com cobranças e responsabilidades, além de manter relações com outras pessoas que passam pelas mesmas situações, o ambiente de trabalho acaba sendo um catalisador que afeta a saúde mental.
Em paralelo a essa realidade, a incidência de transtornos como Depressão e Ansiedade vem aumentando drasticamente de acordo com especialistas e estudos na área. A consequência é uma sociedade menos saudável e o mercado absorvendo o prejuízo de tanta instabilidade. Qual pode ser a solução?
Em um mundo que demanda sempre mais resultado, a pressão é sempre maior. Como exigir e obter produtividade sem afetar o bem-estar psicológico do trabalhador?
Saúde mental no trabalho: ignorância, tabu e preconceito
A princípio, uma das maiores barreiras para aplicação de medidas de promoção da saúde mental no trabalho é o preconceito que ainda existe com esse tipo de situação.
A ginástica laboral, medida de prevenção de problemas físicos, é levada a sério porque trata de lesões e doenças que são visíveis e facilmente identificadas com um olhar. Por serem questões psicológicas e subjetivas, os transtornos não se enquadram nessa categoria, além de se manifestar de formas diferentes de paciente para paciente.
Um exemplo muito comum é a Depressão, que costuma ser associada à tristeza, mas determinado indivíduo pode apresentar um comportamento efusivo e aparentemente alegre ao manifestá-la, o que não significa que esteja bem ou que não esteja sofrendo. Diante desse perfil, é possível que seu empregador rechace sua condição.
Falando em bom português, o assunto muitas vezes é tratado como “frescura”, “loucura”, algo que a pessoa pode simplesmente “tirar da cabeça”.
A primeira medida útil para que o tema seja corretamente inserido no local de trabalho é informação. Os empregadores e profissionais de recursos humanos precisam estar atentos às recomendações da OMS e às condições de sua equipe e, acima de tudo, nunca negar ou minimizar o relato de um quadro de transtornos ou outros problemas de saúde mental por parte de um funcionário.
O problema é complexo; a prevenção, nem tanto
A OMS estabeleceu 10 de Outubro como a data anual em que se observa o Dia Mundial da Saúde Mental e há um bom tempo chama atenção para a importância de sua aplicação no trabalho e estimula a adesão a programas de prevenção de estresse.
A promoção da saúde mental no ambiente de trabalho também consiste em respeitar alguns direitos básicos do trabalhador que acabam atropelados em um mercado cada vez mais competitivo. Respeitar o tempo de descanso dos trabalhadores, evitar incomodá-los nos intervalos ou em horário extraordinário e evitar o envio de e-mails ou atividade em grupos de WhatsApp e mailing lists fora do expediente é uma forma de diminuir a pressão e valorizar a saúde mental da equipe.
Cobranças exageradas, competitividade desmedida e assédio moral dos funcionários são outras atitudes frequentemente relatadas em ambientes de trabalho que contribuem para o estresse e o desenvolvimento de transtornos como a ansiedade. Tudo isso deve ser evitado, não apenas por questões éticas e legais, o que já seria motivo suficiente, mas também por uma questão de saúde.
Por outro lado, se empregadores, gerentes, coordenadores e supervisores não devem ter esse comportamento em nome da saúde mental do grupo, ele também não deve partir do próprio funcionário. Ao fazer hora extra voluntária acima do permitido por lei, levar trabalho para casa, se cobrar demais ou assumir uma demanda maior do que pode cumprir, o funcionário acaba prejudicando a si mesmo.
É importante que empregadores e empregados entendam que a saúde mental é fundamental para um bom rendimento não apenas na vida pessoal, mas na própria atividade laboral. Colocado em primeiro lugar, o bem-estar beneficia a todos, empresa e equipe.
E você, sabe ter uma relação saudável com o seu trabalho ou acaba deixando que o estresse e a ansiedade tomem conta da sua rotina? Comenta aqui o que você tem feito para relaxar e não deixar que o trabalho consuma toda a sua energia!
Até a próxima!
Fernando Zanelli
2 respostas
Olá.
Parabéns pelo conteúdo! É um tema muito importante e deve ser levado muito a sério.
Para evitar o estresse e a ansiedade converso sempre com Deus, apresento todas as minhas dificuldades do dia a dia para Ele e também me esforço, dentro de minhas possibilidades, para contribuir para o bem estar daqueles que estão a minha volta e quando tudo vai bem sempre agradeço a Ele.
Muito obrigado por sua participação Clayton!
Abraços,
Fernando