A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio emocional decorrente do estresse laboral físico, afetando significativamente a saúde e a produtividade dos trabalhadores. Para Profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), compreender e abordar essa condição é essencial para promover um ambiente de trabalho saudável e prevenir afastamentos. Continue a leitura e confira tudo sobre este assunto!
O que é a Síndrome de Burnout?
A Síndrome de Burnout é caracterizada por um estado de exaustão física, emocional e mental causada por estresse excessivo e prolongado no ambiente de trabalho. Os indivíduos atendidos frequentemente sentem-se sobrecarregados, emocionalmente esgotados e incapazes de atender às constantes demandas profissionais. Essa condição não apenas diminui a produtividade, mas também esgota a energia, causando um sentimento de desesperança e desmotivação. Esses fatores podem impactar diretamente na ocorrência de acidentes de trabalho, já que inconscientemente os trabalhadores perdem o foco e a atenção durante a execução das atividades.
Quais são as principais causas da Síndrome de Burnout?
A saúde mental no trabalho deve ser uma preocupação das empresas, por isso é essencial entender como as doenças podem surgir. Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento do Burnout, incluindo:
- Sobrecarga de trabalho: excesso de tarefas e responsabilidades sem pausas adequadas.
- Falta de controle: ausência de autonomia nas decisões relacionadas ao trabalho.
- Reconhecimento insuficiente: falta de valorização e reconhecimento pelo desempenho.
- Ambiente de trabalho disfuncional: relações interpessoais conflitantes ou falta de suporte entre colegas e superiores.
- Desequilíbrio entre vida profissional e pessoal: dificuldade em equilibrar as demandas de trabalho com as necessidades pessoais e familiares.
Quais são os sintomas da Síndrome de Burnout?
Além das causas, também é importante entender os sintomas, pois assim ficará mais fácil perceber quando os trabalhadores estão adoecendo e tomar as medidas cabíveis, sempre lembrando da humanização dessas ações. Nesse sentido, os sintomas do Burnout podem variar, mas geralmente incluem:
- Exaustão física e emocional: sensação constante de cansaço e falta de energia.
- Ceticismo e distanciamento: atitude negativa ou indiferente em relação ao trabalho e colegas.
- Redução da eficácia profissional: sentimento de incompetência e baixa realização no trabalho.
- Sintomas físicos: dores de cabeça, problemas gastrointestinais e alterações no sono.
Quais são as consequências da Síndrome na empresa?
O Burnout pode ter impactos significativos nas organizações, por isso é essencial monitorar a incidência dessa doença dentro do ambiente laboral para evitar problemas e prejuízos desnecessários, tais como:
- Aumento do absenteísmo: maior número de faltas devido a problemas de saúde.
- Queda na produtividade: diminuição da eficiência e qualidade do trabalho realizado.
- Rotatividade de funcionários: maior índice de demissões e necessidade de novas contratações.
- Clima organizacional negativo: ambiente de trabalho tenso e desmotivador, afetando a moral da equipe.
Quais são as consequências desta doença para o trabalhador?
Não é apenas a empresa que sofre as consequências, os trabalhadores também têm impacto direto dessa doença e, consequentemente, isso acaba refletindo no dia a dia da organização. Portanto, a Síndrome de Burnout pode trazer diversas consequências para o trabalhador, afetando sua saúde física, emocional e desempenho profissional. Entre os principais, destaque-se:
- Exaustão extrema: sensação constante de cansaço, falta de energia e dificuldade para realizar tarefas diárias.
- Problemas de saúde mental: aumento do risco de depressão, ansiedade e baixa autoestima.
- Dificuldades cognitivas: redução da capacidade de concentração, memória e tomada de decisões.
- Sintomas físicos: dores de cabeça, insônia, problemas gastrointestinais e dores musculares.
- Isolamento social: diminuição do interesse por interações sociais e conflitos interpessoais.
- Queda no desempenho profissional: falta de motivação, aumento de erros e dos acidentes de trabalho, bem como perda de produtividade.
- Afastamento do trabalho: em casos mais graves, pode ser necessário afastamento temporário ou até mesmo a incapacidade permanente para o trabalho.
Como mencionado, essas consequências não afetam apenas o trabalhador, mas também a empresa, tornando essencial a adoção de medidas preventivas para evitar o esgotamento profissional.
Qual o impacto da Síndrome na área de SST?
Para os profissionais de SST, o Burnout representa um desafio adicional, pois eles precisam despender maior atenção para identificar e gerenciar os riscos psicossociais. Isso porque na maioria das vezes eles são invisíveis, como a exaustão, que pode levar a lapsos de atenção durante a execução das atividades laborais. Além disso, a Síndrome pode causar o aumento do risco de acidentes, já que os funcionários esgotados estão mais propensos a cometer erros que podem resultar em acidentes. Sem contar a dificuldade em implementar programas de segurança, pois a desmotivação pode reduzir a adesão a iniciativas de SST.
Afinal, a Síndrome de Burnout é uma doença ocupacional?
Sim, a Síndrome de Burnout é reconhecida como uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde 2022, está incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um aspecto ocupacional, destacando a importância de medidas preventivas e de intervenção no ambiente de trabalho. Lembre-se de que o trabalhador com essa doença e que não tem condições de trabalhar pode receber tanto o auxílio-doença quanto o auxílio-acidente, ambos concedidos pelo INSS. E em casos mais graves, pode recorrer a aposentadoria por invalidez.
Como uma empresa deve lidar com a Síndrome de Burnout?
Se uma empresa identificar um funcionário com Síndrome de Burnout, é fundamental agir rapidamente para evitar o agravamento do quadro e garantir o bem-estar do trabalhador. Aqui estão algumas medidas que a empresa deve adotar.
Reconhecer os sinais e oferecer apoio
Os gestores e profissionais de SST devem estar atentos a sinais de queda de produtividade, exaustão, irritabilidade e falta de motivação. Assim que perceberem algo, deverão conversar com o funcionário de forma empática e humanizada, bem como oferecer suporte.
Encaminhar para acompanhamento médico
É essencial orientar o trabalhador a procurar um profissional de saúde, como um psicólogo ou psiquiatra, para avaliação e tratamento adequado. Se necessário, o afastamento temporário pode ser recomendado para sua recuperação.
Reduzir a sobrecarga de trabalho
Caso o funcionário esteja sobrecarregado, deve-se redistribuir as tarefas e ajustar prazos. Essa pode ser uma solução eficaz. Exigir jornadas exaustivas e metas inatingíveis só agravam o problema.
Oferecer flexibilização e pausas
Permitir horários flexíveis, home office (quando possível) ou intervalos mais frequentes pode ajudar o trabalhador a recuperar sua saúde mental sem comprometer sua produtividade.
Criar um ambiente de trabalho saudável
Estimular a comunicação aberta, reduzir o assédio moral e promover um clima organizacional mais leve são práticas essenciais para evitar que outros funcionários desenvolvam Burnout.
Incentivar hábitos saudáveis
A empresa pode oferecer benefícios como acesso às academias, palestras sobre saúde mental, incentivo à prática de atividades físicas e até mesmo pausas no trabalho para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.
Acompanhar a recuperação do funcionário
Após o retorno ao trabalho, é importante continuar acompanhando o trabalhador, garantindo que ele não volte à mesma rotina exaustiva e tenha apoio contínuo para evitar recaídas. Ao adotar essas medidas, a empresa não demonstra apenas preocupação com a saúde dos funcionários, mas também melhora a produtividade, reduz afastamentos e fortalece sua cultura organizacional.
Como prevenir a Síndrome de Burnout dentro da empresa?
A prevenção do Burnout requer uma abordagem proativa da empresa, ou seja, da alta administração, dos líderes, dos profissionais de SST e dos próprios funcionários. Em relação à organização, essas ações podem incluir as medidas descritas abaixo.
- Promover um ambiente de trabalho saudável: incentivar relações interpessoais positivas e suporte mútuo entre funcionários.
- Oferecer programas de bem-estar: implementar iniciativas que promovam a saúde física e mental, como atividades físicas e workshops sobre gestão de estresse.
- Garantir carga de trabalho equilibrada: distribuir tarefas de forma justa e realista, evitando sobrecarga.
- Fornecer reconhecimento adequado: valorizar e recompensar o desempenho dos trabalhadores, aumentando a motivação.
- Oferecer suporte psicológico: disponibilizar serviços de aconselhamento ou psicologia ocupacional para funcionários que necessitem.
- Treinamentos regulares: capacitar gestores e trabalhadores sobre identificação e manejo do estresse e Burnout.
- Políticas de equilíbrio trabalho-vida pessoal: incentivar pausas regulares, férias e horários de trabalho flexíveis.
- Avaliações periódicas de clima organizacional: monitorar o ambiente de trabalho para identificar e corrigir fatores estressantes.
- Incentivo à comunicação aberta: criar canais onde os trabalhadores possam expressar opiniões e sugestões sem medo de represálias.
- Implementação de equipamentos de proteção adequados: garantir que os funcionários utilizem EPIs, como Luvas de Raspa, para minimizar riscos físicos que podem contribuir para o estresse ocupacional.
Ao adotar essas práticas, as empresas não apenas protegem a saúde de seus trabalhadores, mas também promovem um ambiente de trabalho mais produtivo e com menor pressão, reduzindo a incidência de afastamentos relacionados ao Burnout.
Conclusão
A Síndrome de Burnout é um problema crescente que impacta diretamente a saúde dos trabalhadores e a produtividade das empresas. Para os profissionais de SST, a prevenção dessa condição deve ser prioridade, pois está diretamente relacionada à segurança e ao bem-estar no ambiente de trabalho.
A adoção de medidas preventivas, como a promoção de um ambiente saudável, a valorização dos trabalhadores e o uso de Equipamentos de Proteção Individual adequados podem reduzir os riscos psicossociais e evitar afastamentos.
Agora queremos saber a sua opinião! Como sua empresa lida com a prevenção do Burnout? Deixe um comentário abaixo e compartilhe a sua experiência!
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Grande abraço e até o próximo conteúdo.
Fernando Zanelli
