Introdução: a mudança que redefiniu a SST no Brasil

Se você é um Profissional de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), provavelmente sente a pressão por resultados que vão muito além da conformidade. A diretoria cobra a otimização de custos, o eSocial exige uma gestão de dados impecável e a verdade é que o seu papel se tornou muito mais estratégico. Nesse cenário, a transição do antigo PPRA para o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e seu principal instrumento, o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), não é apenas uma mudança de sigla, é uma oportunidade de ouro.

Instituída pela nova Norma Regulamentadora nº 01 (NR 01), essa nova abordagem é um convite para você deixar de ser visto como um “centro de custo” e se tornar uma peça-chave na sustentabilidade e na lucratividade do negócio.

De forma direta, o GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) é a filosofia, o sistema de gestão contínuo que engloba todas as ações de SST na empresa. Já o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) é a ferramenta prática, o documento que materializa o GRO, detalhando o inventário de riscos e o plano de ação para controlá-los.

O que você vai aprender neste guia:

  • O papel crucial da NR-01 e por que o PPRA se tornou obsoleto.
  • A diferença fundamental entre a filosofia do GRO e a ferramenta do PGR.
  • Um passo a passo para estruturar os documentos essenciais do seu PGR.
  • Como usar o PGR para reduzir acidentes, otimizar custos e se tornar um líder estratégico de HSE.
  • O papel dos EPIs de alta performance no sucesso do seu plano de ação.

O fim de uma era: por que o PPRA não era mais suficiente?

Por anos, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), regido pela NR 09, foi o pilar da gestão de riscos no Brasil. Ele cumpriu um papel importante, mas a evolução do mundo do trabalho e a compreensão mais ampla sobre a saúde do trabalhador mostraram suas limitações. Era preciso ir além.

As lacunas na proteção: a limitação do PPRA aos riscos ambientais (físicos, químicos e biológicos)

O principal ponto de fragilidade do PPRA era seu escopo restrito. O programa se concentrava exclusivamente nos riscos ambientais, ou seja, agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho. Embora essenciais, eles são apenas uma parte do quebra-cabeça da segurança ocupacional.

Os riscos que ficavam de fora

A gestão de SST moderna entende que um ambiente seguro depende de uma visão 360°. O PPRA deixava de fora perigos críticos que são fontes constantes de acidentes e doenças.

Riscos Ergonômicos (L.E.R./D.O.R.T.)

Problemas como Lesões por Esforço Repetitivo (L.E.R.) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (D.O.R.T.), que tanto impactam a produtividade e a qualidade de vida do trabalhador, não eram contemplados de forma integrada.

Riscos de acidentes (mecânicos, elétricos, quedas)

Perigos como o uso de máquinas sem proteção adequada, instalações elétricas deficientes, probabilidade de quedas de altura ou arranjo físico inadequado não faziam parte do escopo obrigatório do PPRA, embora sejam causas primárias de acidentes graves.

Riscos psicossociais (uma nova fronteira obrigatória na NR 01)

Fatores como estresse, burnout, assédio e longas jornadas de trabalho, que afetam diretamente a saúde mental do colaborador, eram ignorados pelo PPRA. Reconhecendo essa lacuna, uma atualização da NR-01 em 2024 incluiu formalmente os riscos psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. As empresas terão que avaliar fatores relacionados à organização e às relações de trabalho, sendo que a inclusão destes riscos no PGR estava inicialmente prevista para maio de 2025, mas foi adiada pelo Ministério do Trabalho para 26 de maio de 2026, conforme Portaria MTE nº 765/2025, permitindo que as empresas se adequem com mais segurança e planejamento às novas exigências.

GRO: a nova filosofia de gestão estratégica

O Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) não é um documento, mas sim um processo. Ele representa a nova mentalidade que a NR 01 trouxe para o centro da estratégia de SST: a gestão de riscos deve ser contínua, proativa e integrada a todos os processos da empresa.

Entendendo o “guarda-chuva”: GRO como o sistema de gestão contínuo

Pense no GRO como um grande guarda-chuva. Ele não substitui outros programas e laudos, como o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) ou o LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho). Pelo contrário, o GRO os integra sob uma única lógica de gerenciamento, garantindo que todas as ações de saúde e segurança “conversem” entre si e trabalhem para o mesmo objetivo.

O ciclo de melhoria contínua (PDCA): explique como o GRO opera (Planejar, Fazer, Checar, Agir)

O motor do GRO é o ciclo PDCA, uma ferramenta de gestão consagrada que garante a melhoria contínua dos processos. Sua aplicação no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais é uma exigência da NR-01 e está alinhada às melhores práticas internacionais de gestão de SST, como a norma ISO 45001. Veja como ele se aplica à SST, usando um exemplo prático de redução de ruído:

  • Planejar (Plan): é a fase de diagnóstico. Aqui, você identifica os perigos, avalia os riscos e estabelece as metas e os planos de ação que farão parte do seu PGR. Exemplo: definir a meta de reduzir o nível de ruído em 15% no setor de prensas.
  • Fazer (Do): é a hora de colocar o plano em prática. Envolve a implementação das medidas de controle, a realização de treinamentos e a comunicação com as equipes. Exemplo: instalar barreiras acústicas nas máquinas identificadas como as mais ruidosas.
  • Checar (Check): é a etapa de monitoramento. Você mede a eficácia das ações implementadas, acompanha os indicadores de desempenho e verifica se os objetivos estão sendo alcançados. Exemplo: realizar novas medições de ruído no setor para verificar se a meta de redução foi atingida.
  • Agir (Act): com base na checagem, você realiza os ajustes necessários. É a fase de corrigir desvios, aprimorar os processos e padronizar o que deu certo, reiniciando o ciclo. Exemplo: se a meta não foi atingida, ajustar o posicionamento das barreiras; se foi um sucesso, padronizar a solução para outras áreas da empresa.

O PGR na prática: estruturando seu plano de ação vencedor

Se o GRO é a filosofia, o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) é a sua materialização. É o documento que organiza e formaliza as ações. Um PGR bem-estruturado não é apenas um requisito legal, é o seu mapa para uma gestão de riscos verdadeiramente eficaz.

O coração do PGR: o inventário de Riscos Ocupacionais

Este é o primeiro e mais crucial documento do PGR. É o diagnóstico completo de todos os perigos presentes na sua empresa, agora incluindo os riscos de acidentes e ergonômicos.

Para ser considerado completo, o item 1.5.7.3 da NR-01 especifica que o Inventário de Riscos deve conter, no mínimo: a caracterização dos processos e ambientes, a descrição dos perigos e de possíveis lesões, dados de análises de acidentes, e a avaliação dos riscos com os critérios utilizados. Adicionalmente, é fundamental que o PGR integre os resultados da Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP), exigida pela NR 17, garantindo assim uma gestão verdadeiramente completa dos riscos ocupacionais.

Metodologias e passo a passo para a identificação de perigos

O processo começa com um levantamento detalhado de cada atividade e ambiente. Envolve conversar com os trabalhadores, observar os processos, analisar relatórios de acidentes anteriores e utilizar ferramentas como a Análise Preliminar de Risco (APR), que é um excelente ponto de partida. Dependendo da complexidade da operação, outras metodologias mais aprofundadas como a Análise de Modos de Falha e Efeitos (FMEA) ou a Análise por Árvore de Falhas (AAF) também podem ser aplicadas. O objetivo é não deixar nenhum perigo passar despercebido.

Classificação de riscos (gravidade vs. probabilidade)

Após identificar os perigos, o próximo passo é avaliar os riscos. Isso é feito cruzando a probabilidade de um evento indesejado ocorrer com a severidade (gravidade) do dano que ele poderia causar. Essa matriz de risco permite priorizar as ações, focando primeiro nos riscos mais críticos.

O cérebro do PGR: o plano de ação e a hierarquia de controle

Com o inventário em mãos, é hora de criar o plano de ação. Este é o segundo documento essencial do PGR e deve detalhar o que será feito, quem será o responsável, qual o prazo e como a eficácia será medida. Para definir o que será feito, a NR 01 exige a aplicação da Hierarquia de Controle de Riscos.

A pirâmide da Hierarquia de Controle de Riscos (Eliminação, Substituição, Engenharia, Controles Administrativos e, por fim, EPIs)

Esta pirâmide define a ordem de prioridade das medidas de controle, da mais eficaz para a menos eficaz. O objetivo é sempre tentar resolver o risco na fonte, antes de depender da proteção individual. Essa abordagem é baseada em padrões internacionais consolidados, como a ISO 45001 e a metodologia NIOSH, para garantir a máxima efetividade.

Vamos usar um exemplo prático: o risco de inalação de poeira química em um processo de mistura manual.

  1. Eliminação: remover o perigo da operação. É a medida mais eficaz. Exemplo: automatizar completamente o processo de mistura, eliminando o manuseio direto do produto pelo trabalhador.
  2. Substituição: trocar um processo ou produto por outro menos perigoso. Exemplo: substituir o produto químico em pó por uma versão em gel ou líquida, que não gera poeira suspensa no ar.
  3. Controles de engenharia: isolar o perigo das pessoas, por meio de barreiras físicas, sistemas de ventilação, enclausuramento de máquinas, etc. Exemplo: enclausurar o ponto de mistura e instalar um sistema de exaustão localizada para capturar a poeira antes que ela se espalhe.
  4. Controles administrativos: mudar a forma como as pessoas trabalham. Inclui treinamentos, sinalização, rodízio de funções e limitação do tempo de exposição. Exemplo: criar um rodízio de funcionários na tarefa para diminuir o tempo de exposição individual e reforçar a sinalização sobre os riscos e procedimentos.
  5. EPIs (Equipamentos de Proteção Individual): a última barreira. Quando as medidas anteriores não são suficientes para eliminar o risco, o EPI se torna a proteção final e indispensável para o trabalhador. Exemplo: fornecer um respirador com o filtro adequado para o agente químico em questão.

O papel crucial do EPI: Zanel como a parceira da solução para essa etapa crítica

O EPI está na base da pirâmide, mas sua importância é imensa. Ele é a linha de defesa final e crítica entre o trabalhador e o risco. Um plano de ação só é eficaz se, nesta última etapa, forem fornecidos EPIs de alta performance, com Certificado de Aprovação (C.A.) válido e que ofereçam o conforto necessário para garantir a adesão do usuário. É aqui que a expertise da Zanel se destaca, com soluções robustas como seus EPIs de raspa e vaqueta, desenvolvidos exatamente para os riscos severos encontrados em indústrias e que exigem máxima conformidade e durabilidade. A escolha de um equipamento inadequado pode invalidar todo o esforço feito nas etapas anteriores da hierarquia.

Monitoramento e revisão: a periodicidade e os gatilhos para atualização do PGR

O PGR não é um documento estático. Ele deve ser revisado a cada dois anos (ou três, para organizações com certificações de gestão de SST). Além disso, deve ser atualizado sempre que ocorrerem mudanças significativas no ambiente de trabalho, como a introdução de um novo processo, a ocorrência de um acidente ou a identificação de um novo risco.

O impacto estratégico: o PGR como ferramenta de ROI

Abaixo, estão os argumentos que você precisa para mostrar à sua diretoria que o PGR não é uma despesa, mas um dos investimentos mais inteligentes que a empresa pode fazer. É hora de falar a língua dos negócios: Retorno sobre o Investimento (ROI).

De custo obrigatório a investimento inteligente

Um PGR bem implementado se paga de múltiplas formas, transformando a área de SST em um centro de lucro para a organização.

O argumento do FAP e a redução de custos com acidentes

O Fator Acidentário de Prevenção (FAP) é um multiplicador que varia de 0,5 a 2,0 e é calculado anualmente com base nos registros de acidentes dos últimos dois anos de uma empresa. Na prática, um bom desempenho em SST pode fazer a empresa pagar metade da alíquota (FAP 0,5), enquanto um mau desempenho pode dobrar o valor do tributo (FAP 2,0). Menos acidentes e doenças ocupacionais, resultado direto de um bom PGR, levam a um FAP menor e a uma economia direta e significativa nos impostos.

É importante saber que as empresas podem contestar administrativamente o FAP divulgado pela Previdência caso identifiquem inconsistências nos dados. Sem contar a redução de custos com afastamentos, processos trabalhistas e perda de produtividade. Para se ter uma ideia do impacto financeiro, segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab), entre 2012 e 2022, os acidentes de trabalho custaram à Previdência Social mais de R$ 136 bilhões em benefícios, além dos 2,5 bilhões de dias de trabalho perdidos.

Melhoria da imagem da empresa (fator ESG) e da produtividade

Empresas com uma cultura de segurança forte são mais bem vistas pelo mercado, atraem e retêm os melhores talentos. A segurança é um pilar do “S” de Social no ESG (Environmental, Social and Governance), um fator cada vez mais decisivo para investidores e consumidores. Além disso, trabalhadores que se sentem seguros são mais produtivos e engajados.

O PGR como ferramenta de gestão

O PGR vai além do chão de fábrica, ele simplifica e otimiza a gestão de toda a área de SST.

A integração obrigatória com outros programas (PCMSO, LTCAT)

O PGR serve como a fonte central de informações para outros programas. O inventário de riscos do PGR, por exemplo, é a base para que o médico do trabalho elabore o PCMSO, garantindo que os exames de saúde estejam alinhados aos riscos reais a que cada funcionário está exposto.

Como um bom PGR simplifica a gestão e a escolha de fornecedores de EPIs

Com um inventário de riscos claro e detalhado, a especificação técnica dos EPIs se torna muito mais precisa. Você deixa de comprar equipamentos com base no “achismo” e passa a selecionar a solução exata para cada risco mapeado, otimizando o orçamento e garantindo a proteção correta. Isso facilita a escolha de fornecedores que oferecem não apenas produtos, mas soluções completas e alinhadas à sua estratégia.

PGR na Era Digital: Integração com eSocial e a SST 4.0

A própria NR-01 já prevê que a documentação do GRO/PGR pode ser mantida em formato digital. Essa digitalização é fundamental para a integração com o eSocial, já que o Inventário de Riscos do PGR serve como a base de dados primária para o preenchimento do evento S-2240 (Condições Ambientais do Trabalho – Agentes Nocivos). Essa conexão entre gestão de riscos, dados digitais e sistemas integrados é o que forma o conceito de SST 4.0, uma abordagem mais inteligente e proativa para a segurança do trabalho.

FAQ: respostas diretas para suas dúvidas

A mudança do antigo PPRA para o GRO e o PGR entrou em vigor em 3 de janeiro de 2022, mas, mesmo após algum tempo, a transição ainda gera muitas dúvidas no mercado de SST. Para facilitar seu dia a dia e esclarecer os pontos mais importantes, compilamos e respondemos as perguntas mais frequentes sobre o tema, organizadas para uma consulta rápida e prática.

Perguntas gerais sobre o GRO e PGR

Qual é a função de um PGR?

A principal função do PGR é materializar o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO). Ele serve para identificar, avaliar, controlar e reduzir os riscos no ambiente de trabalho, formalizando tudo em um inventário de riscos e um plano de ação para proteger a saúde e a integridade dos trabalhadores.

Quais são as etapas do GRO?

As etapas do GRO seguem o ciclo de melhoria contínua, conhecido como PDCA, que já detalhamos neste guia:

  • Planejar (identificar perigos e definir ações)
  • Fazer (implementar o plano)
  • Checar (monitorar e avaliar os resultados)
  • Agir (fazer as correções e padronizar as melhorias)

O que é GRO em segurança do trabalho?

GRO é a sigla para Gerenciamento de Riscos Ocupacionais. Não é um documento, mas sim um conjunto de ações coordenadas para identificar, avaliar e controlar os riscos ocupacionais, estabelecendo uma política de melhoria contínua na empresa.

Qual a diferença entre PGR e GRO?

O GRO é o sistema de gestão (o “como fazer”), enquanto o PGR é o programa que formaliza esse sistema (o “o que fazer”). O GRO é a estratégia guarda-chuva; o PGR é uma de suas principais ferramentas operacionais.

O que mudou com a inclusão do GRO e do PGR?

A principal mudança foi a adoção de uma visão mais ampla e integrada da gestão de riscos. Saiu de cena um programa focado apenas em riscos ambientais (PPRA) e entrou um sistema de gerenciamento que abrange todos os riscos ocupacionais (ergonômicos, de acidentes, etc.) e exige um ciclo de melhoria contínua.

Qual NR fala sobre GRO?

A Norma Regulamentadora nº 01 (NR 01) – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais é a que estabelece as diretrizes para o GRO e a obrigatoriedade do PGR.

Elaboração e responsabilidades

Quem pode fazer o PGR?

A responsabilidade pela elaboração e implementação do PGR é sempre da organização (empregador). No entanto, a empresa deve designar um profissional ou equipe qualificada para desenvolver o programa, como Engenheiros de Segurança do Trabalho, Técnicos de Segurança do Trabalho ou consultorias especializadas.

Qual profissional pode elaborar o PGR?

A NR-01 não especifica uma única profissão, afirmando que os documentos do PGR devem ser elaborados “sob a responsabilidade da organização, respeitado o disposto nas demais Normas Regulamentadoras”. Na prática, são os profissionais legalmente habilitados em SST, como Engenheiros de Segurança e Técnicos de Segurança, que possuem a competência técnica para tal.

Quem pode assinar o PGR?

Seguindo a mesma lógica, quem assina o PGR é o profissional qualificado que o elaborou, juntamente com o representante da empresa, que é a responsável legal pelo programa.

Como fazer o PGR passo a passo?

De forma simplificada, o processo para criar um PGR segue estas etapas:

  1. Fazer um levantamento preliminar dos perigos existentes;
  2. Identificar os perigos e avaliar os riscos ocupacionais, documentando tudo no Inventário de Riscos;
  3. Elaborar o Plano de Ação com as medidas de controle necessárias, seguindo a hierarquia de controle;
  4. Acompanhar a implementação das medidas e monitorar sua eficácia continuamente.

PGR vs. PPRA

Qual a diferença entre o PPRA e o PGR?

A principal diferença é o escopo. O PPRA focava apenas em riscos ambientais (físicos, químicos e biológicos). O PGR é muito mais abrangente, incluindo todos os riscos ocupacionais (ergonômicos e de acidentes) e exigindo um plano de ação detalhado dentro de uma lógica de gestão contínua.

Quando o PGR substitui o PPRA?

O PGR substituiu oficialmente o PPRA em 03/01/2022, com a entrada em vigor da nova NR 01. Desde essa data, as empresas não precisam mais elaborar ou renovar o PPRA, sendo obrigatória a implementação do GRO e a elaboração do PGR.

PGR e PPRA é a mesma coisa?

Não. O PGR é um programa muito mais completo e estratégico que o PPRA, representando uma evolução significativa na legislação de segurança e saúde no trabalho.

Implicações e conformidade

Quem é obrigado a fazer o PGR?

Todas as empresas e instituições que admitam trabalhadores como empregados, regidos pela CLT, são obrigadas a implementar o GRO e elaborar o PGR. Existem exceções e tratamentos diferenciados para Microempreendedores Individuais (MEI), Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) de determinados graus de risco, conforme detalhado na própria NR-01.

Qual a validade do PGR?

O PGR deve ser reavaliado, no mínimo, a cada 2 anos. Para empresas que possuem sistemas de gestão de SST certificados (como a ISO 45001), esse prazo pode ser de 3 anos. Contudo, ele deve ser atualizado sempre que houver mudanças no ambiente de trabalho.

O que deve conter no PGR?

No mínimo, o PGR deve conter dois documentos principais: o Inventário de Riscos Ocupacionais e o Plano de Ação. O inventário deve caracterizar os processos, ambientes, atividades, perigos e avaliar os riscos. O plano de ação deve detalhar as medidas de prevenção a serem introduzidas, aprimoradas ou mantidas.

Transformando o PGR em resultados estratégicos

Se há uma única ideia que você precisa levar deste guia, é que o GRO e o PGR são muito mais do que conformidade. São as ferramentas que elevam o Profissional de SST de um executor de normas a um líder estratégico, capaz de proteger vidas e, simultaneamente, comprovar seu valor com a redução de custos e o aumento da produtividade.

Neste guia, detalhamos a estrutura e a teoria do PGR. Sabemos, contudo, que a prática diária apresenta seus próprios desafios. Por isso, queremos aprender com a sua vivência profissional: qual é o maior obstáculo que você enfrenta ao tirar o plano de ação do papel e engajar as equipes? Compartilhe sua experiência nos comentários e ajude outros colegas de profissão.

Por fim, se ao ler este guia você identificou que seu principal gargalo é garantir a eficácia da última e mais crítica barreira de proteção – o EPI correto para cada risco mapeado –, o próximo passo pode ser uma conversa. Nossos especialistas estão prontos para ajudar a especificar a solução de mais alta performance para o seu plano de ação, assegurando que todo o seu trabalho estratégico não falhe na etapa final. Para isso, fale com um especialista.

Estamos à disposição.

Abraço.